Yom Yerushaláim: O dia de Jerusalém
5785 / 2025
28 de Yiar / 25 a 26 de Maio

O dia 28 de Yiar do calendário hebraico foi estabelecido pelo governo israelense como feriado, após a Guerra dos Seis Dias (5 a 10 de junho de 1967). No dia 27 de junho do mesmo ano, Israel unificou Jerusalém Ocidental a Jerusalém Oriental, que antes estava nas mãos da Jordânia. Em 30 de julho de 1980, a Knésset (parlamento israelense) passou a considerar Jerusalém unificada como a capital de Israel
Longe de ser unanimidade
Em Israel, a maioria dos judeus israelenses seculares (não praticantes) não observa o feriado por conta das controvertidas políticas de governo em relação a Jerusalém Oriental e à Cisjordânia.
Fora de Israel, embora Jerusalém seja muito importante para todos os judeus e a maioria acredite que a cidade deve permanecer unificada e sob controle de Israel, o feriado é motivo de controvérsia. Por um lado, uma porção significativa de judeus acredita que, apesar dos conflitos políticos, Jerusalém unificada é algo a ser celebrado abertamente e com alegria. Porém, outra porção igualmente significativa de judeus opta por não observar o feriado ou no mínimo evita celebrá-lo com alegria, justamente por conta dos conflitos políticos.
No campo religioso
Em Israel, o Rabinato Chefe, de orientação ortodoxa, decidiu que o dia deve ser marcado com a recitação de Halel (salmos de louvor) e uma versão mais longa dos Pessuke deZimra (salmos e passagens de louvor a Deus recitados nas rezas matutinas). Isso é seguido pelas comunidades de orientação datí leumí (religiosa nacionalista), que além disso realizam controvertidos desfiles públicos por bairros da cidade. Mas boa parte dos judeus ortodoxos não observa a data por considerarem que este é um feriado nacional e não religioso.Em Israel, o Rabinato Chefe, de orientação ortodoxa, decidiu que o dia deve ser marcado com a recitação de Halel (salmos de louvor) e uma versão mais longa dos Pessuke deZimra (salmos e passagens de louvor a Deus recitados nas rezas matutinas). Isso é seguido pelas comunidades de orientação datí leumí (religiosa nacionalista), que além disso realizam controvertidos desfiles públicos por bairros da cidade. Mas boa parte dos judeus ortodoxos não observa a data por considerarem que este é um feriado nacional e não religioso.
No campo do judaísmo masorti/conservador, o sidur israelense sugere uma lista de leituras suplementares para a data, enquanto o sidur norte-americano Sim Shalom menciona que o Halel é recitado “em algumas congregações” em Yom Yerushaláim.
Já no campo do judaísmo reformista/liberal, o sidur israelense propõe rezas que incluem Yom Yerushaláim e o Dia em Memória dos Judeus Etíopes que morreram na vinda da Etiópia para Israel (1980-1984). Ambas as datas são comemoradas no dia 28 de Yiar. Estas são as orações (Sidur Tefilát HaAdám, págs. 263, 394, 395):
Precisamos de ambas, pois apenas coma Torá de Israel seria fácil fazer do nacionalismo uma idolatria. Acabaríamos nos deleitando com a terra, o sangue e o poder. Mas apenas com a Torá do Sinai, poderíamos continuar a nos deleitar com a abstração e a impotência, construindo mundos... Juntas, elas se equilibram, adicionando universalismo ao particularismo, pragmatismo ao idealismo e futuro ao passado.
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Oração pela Paz do Estado de Israel.
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Yizkor em Memória dos judeus etíopes que morreram no caminho da Etiópia para Israel.
(Rabino Guilád Kariv). -
Shir Hamaalot (Salmo 122).
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Kadish de Jerusalém (Rabino Gadi Raviv).
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Passagem do Talmud de Jerusalém, Chaguigá 3,6; Salmo 122.
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Passagem de Neemias 8.
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Mineí Kolêḥ miBêḥi (Eidan Raichel, inspirado em Jeremias 31).
Já o liturgista Alden Solovy escreveu um artigo sobre Yom Yerushaláim do qual compartilhamos algumas passagens:
“Esta é a nossa casa: Jerusalém é a capital eterna de Israel, a nação, a capital espiritual do Povo Judeu. Nós ansiamos por esta cidade por milênios. Jerusalém tem sido o foco das nossas orações e a fonte dos nossos sonhos... [Mas] em muitos aspectos, Jerusalém ainda é uma cidade dividida. Há trabalho a ser feito, trabalho de cura – entre judeus e judeus, judeus e muçulmanos, muçulmanos e cristãos, israelenses e palestinos.
Em Yom Yerushaláim... Eu vou dançar. Vou estudar Torá. Vou chorar pelos nossos soldados e pelas nossas vítimas do terror que morreram – e continuam a morrer – para que Jerusalém possa ser livre. Vou ouvir histórias dos múltiplos milagres e bênçãos da Guerra dos Seis Dias. E vou cantar Hatikva, o Hino Nacional de Israel. Mas recordarei também que outros sofrem por esta liberdade. Vou me recordar de que temos um trabalho que ainda está por se fazer... lembrarei que os palestinos também sofreram e continuam a sofrer.
O trabalho de cura é nosso. O que eu não vou fazer: não transformarei isso em ritual. Este será um momento simplesmente de reconhecimento e de reflexão.”
Rabino Uri Lam
FONTES:
https://reformjudaism.org/blog/yom-yerushalayim-pour-out-few-drops-wine
https://main.knesset.gov.il/en/about/lexicon/pages/yom_zik_ethiopian.aspx
https://www.myjewishlearning.com/article/yom-yerushalayim-jerusalem-day/