Yom Hashoá vehaGuevurá
5785 / 2025
27 de Nissan / 23 a 24 Abril
Feriado marcado para o dia 27 de Nissan, conforme o calendário judaico. Em 2023, da noite de 17 de abril até o entardecer de 18 de abril. Em 2024, da noite de 5 de maio até o entardecer de 6 de maio. Caso 27 de Nissan caia na sexta-feira, o feriado será antecipado para quinta-feira; caso caia no sábado (Shabat), será adiado para domingo.
Yom Hashoá passou a ser lembrado em 1953, no Estado de Israel, a partir de lei assinada pelo primeiro-ministro de Israel, David Ben-Gurion, e pelo presidente de Israel, Yitzḥak ben-Tzvi. O Dia em Memória do Holocausto e do Heroísmo é um feriado nacional israelense que hoje é marcado por judeus no mundo inteiro. O feriado provoca uma profunda reflexão e memórias dolorosas do genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas e seus colaboradores durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Também recordamos nesta data, com respeito e gratidão, a resistência judaica no mesmo período.
Como uma sinagoga formada historicamente por judeus de origem ashkenazi, vindos dos países onde os judeus foram mais atingidos e mortos; nós da Beth-El entendemos que é nosso dever honrar a memória das vítimas, mas não somente. Temos consciência de que é nossa obrigação e missão conhecer melhor as origens políticas, econômicas, sociais e até mesmo religiosas que deram suporte para o surgimento e estabelecimento do nefasto nazismo. Temos o compromisso de ensinar e aprender não somente sobre a tragédia do Holocausto, mas o que a provocou. Precisamos nos empoderar dos instrumentos que temos em mãos para evitar que a configuração político-social que acolheu o nazismo não possa mais ter espaço nas nossas sociedades e nos nossos tempos. Esta postura nos impulsiona a moldar um futuro mais inclusivo e compassivo, de respeito ao ser humano em toda a sua diversidade, baseados no princípio de que todo ser humano foi criado à imagem de Deus: assassinar uma pessoa é diminuir sensivelmente a presença de Deus no mundo.
O Holocausto foi um dos eventos mais sombrios da história, com consequências devastadoras para o povo judeu e para a humanidade. Reconhecemos que, assim como o antissemitismo provocou o assassinato de um em cada três judeus no mundo na primeira metade do século 20, o nacionalismo extremo, o ódio racial e as mais variadas fobias a grupos minoritários e historicamente perseguidos, somado à difusão de notícias falsas, podem levar a consequências semelhantes às do horror nazista.
Como judeus e judias, muitos de nós sobreviventes, parentes e descendentes dos judeus assassinados na Shoá, devemos trabalhar ativamente para combater toda forma de intolerância, antissemitismo e racismo em nossa sociedade atual.
Devemos nos lembrar das vítimas
Em Yom Hashoá, prestamos homenagem às vítimas do Holocausto. Isso pode ser feito por meio de cerimônias com leitura de nomes, acendimento de velas em memória dos que foram assassinados e compartilharmos de momentos de silêncio. É importante incluir, juntamente com as histórias do povo judeu, outras memórias de todos os grupos marginalizados perseguidos durante o Holocausto, como pessoas com deficiência, ciganos, homossexuais e dissidentes políticos. É mandatório abraçar a diversidade e garantir que todas as vítimas sejam lembradas.
Educar sobre a causa, não só sobre as consequências
A Beth-El apoia a realização de palestras, exposições e workshops que abordem questões relacionadas ao Holocausto, à luta contra o antissemitismo e outras formas de preconceito. Também apoiamos iniciativas que promovam o contato direto com sobreviventes do Holocausto ou com seus familiares, para que compartilhem suas experiências e nos transmitir sua sabedoria.
Compromisso com um futuro melhor
Yom Hashoá é um dia de tristeza e luto, mas também de orgulho e da memória dos heróis e heroínas do nosso povo, que de todas as formas resistiram ao horror nazista. Yom Hashoá nos inspira a assumir um compromisso diário: temos como mitzvá, como preceito judaico – e humano – a obrigação de tikun olám, de aperfeiçoar, apurar e consertar os danos já causados ao mundo, a fim de torná-lo melhor para toda a humanidade. Como judias e judeus de orientação liberal, devemos fortalecer os valores de justiça social, equidade e compaixão. Temos o compromisso de combater toda forma de discriminação e opressão, não apenas em relação ao povo judeu, mas a todos os grupos marginalizados na nossa sociedade.
Rabino Uri Lam